
No Pantanal mato-grossense, o Parque Estadual Encontro das Águas teve aproximadamente 80% de sua área de 108 mil hectares destruída pelos incêndios florestais registrados neste ano.
Para fazer um diagnóstico ambiental da degradação, engenheiros da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) iniciaram levantamento em campo e também avaliam a capacidade de regeneração natural de habitats importantes para alimentação da fauna local.
O parque fica na região de Porto Jofre, em Poconé (104 km ao Sul de Cuiabá), sendo considerado um dos locais preferidos pelos turistas para a observação de onça-pintada, o maior felino das Américas.
Também abriga diversos macro-habitats, entre florestas seca e úmida, cerrados, savanas e campos, cada um deles exercendo um papel dentro de um mosaico de equilíbrio do ecossistema.
De acordo com a Sema, foram definidas unidades de amostra sobre os diferentes ambientes, sendo que a equipe realizou voos de drones para estabelecer a localização geográfica das amostras.
As imagens aéreas permitem avaliar preliminarmente o grau de degradação nos diferentes estratos (andares da mata) e os processos de regeneração natural da vegetação.
Por meio da assessoria de imprensa, o responsável pela Coordenadoria de Conservação e Restauração de Ecossistemas (CCRE), o engenheiro florestal Lisandro Peixoto Neto, explicou que foram selecionadas 26 amostras que serão acompanhadas ao longo das próximas chuvas para identificar a regeneração da vegetação, especialmente a floresta úmida, onde há grande concentração de frutíferas.
“A partir disso, vamos avaliar a necessidade de intervenção”, disse.
Além das imagens aéreas também será necessária a avaliação terrestre. Entre as necessidades de avaliação, estão levantamentos florísticos e constatação do potencial da regeneração natural das espécies importantes para avaliar se as árvores atingidas pelo fogo podem estar comprometidas ou não.
“As avaliações realizadas em campo são essenciais e definem a necessidade de intervenções para auxiliar a restauração ecológica natural”, afirmou o engenheiro florestal e analista de meio ambiente da Sema, Alexandre Ebert.
Segundo ele, as duas metodologias são complementares. ]
“Muitas árvores podem apresentar a copa verde numa primeira avaliação por imagens, mas estarem comprometidas dependendo da intensidade que o fogo as atingiu. Ou seja, essas árvores podem ter sido fortemente atingidas pelo fogo e entrar num processo lento de morte”, explicou.