Localizado na Rua Campo Grande, no Centro de Histórico de Cuiabá, UM casarão construído no século XVIII corre o risco de desabar.
Diante do perigo iminente, um trecho da via foi interditado no último dia 23, pela Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob).
A medida foi tomada após análise superficial da Defesa Civil.
Na terça-feira (26), a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer informou que pediu orientações ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) sobre adoção de providências quanto a instabilidade do casarão tombado.
“A preservação do Centro Histórico é uma determinação do prefeito Emanuel Pinheiro. Vamos enviar equipe para realizar o escoramento do local e garantir a segurança de quem precisa passar próximo ao local”, disse o secretário-interino de Cultura, Luis Cláudio Sodré.
O secretário disse que a ação deve ocorrer mediante a orientação do Iphan.
Conforme a administração municipal, o casarão é um imóvel privado e, por ser tombado, toda e qualquer intervenção deve ser autorizada pelo Iphan.
“A Prefeitura trabalha para melhorar a trafegabilidade do local e garantir a segurança da população, enquanto a situação é solucionada”, disse o secretário.
De acordo com informações, o imóvel abrigou a Associação Literária Cuiabana, 1884.
Também foi sede da Diretoria de Higiene, que atualmente é aSecretaria de Saúde, e, entre 1920 e 1950, abrigou a Empresa de Correios e Telégrafos de Marechal Rondon.
Depois,, o casarão foi adquirido por Vasco Roiz Palma e pertence à família até hoje.
ABANDONO - No início de 2019, um levantamento feito pelo Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) apontou o abandono de 98 casarões localizados no conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico da Capital mato-grossense.
Desse montante, 43 já apresentam risco de desabamento e os outros 55 ainda precisavam passar por vistoria. Na ocasião, os dados foram repassados ao Iphan.
Ao todo, o Centro Histórico conta com aproximadamente 400 imóveis tombados em conjunto (Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico), sendo apenas um deles tombado também isoladamente.
Neste último caso, trata-se da Igreja do Rosário e São Benedito (tombado em 1975).
Esses bens estão situados em uma área tombada, que compreende, basicamente as ruas Pedro Celestino (antiga Rua de Cima), Ricardo Franco (do Meio) e a Galdino Pimentel/7 de Setembro (de Baixo) e imediações das ruas 27 de dezembro e Cândido Mariano e Avenida Mato Grosso, entre outros.