Em 2020, a cada 24 horas, a Polícia Militar prendeu, em média, quatro motoristas por embriaguez ao volante, o que representa 123 ao mês.
E fechou o ano com 1.487 prisões, pouco mais de 13% do total geral (12.846) de flagrantes contabilizados na produtividade anual da instituição militar.
Mesmo sendo um ano atípico, por causa da pandemia da Covid-19, com restrições e isolamento social, o número de prisões foi superior ao de 2019, ano em que 1.440 motoristas foram flagrados bêbados.
De acordo com dados da Superintendência de Planejamento Operacional e Estatística da Polícia Militar (Spoe), as prisões por dirigir sob efeito de álcool só foram superadas pelos flagrantes de tráfico de droga: 1.844, ou 18%.
Esses dados são das ações do policiamento cotidiano, as rondas comumente realizadas nos 141 municípios. E das fiscalizações do Batalhão de Trânsito nas rodovias estaduais.
Estão nessa estatística ocorrências como a prisão do caminhoneiro de 47 anos preso, depois de trafegar em ziguezague pela MT-251, pouco antes de chegar em Chapada dos Guimarães (67 km ao Norte de Mato Grosso).
A prisão ocorreu no dia 16 de agosto, no final da tarde de um domingo. O caminhoneiro dirigia tão embriagado que chegou a perder o controle do caminhão, sair da pista e bater em uma árvore.
Vale lembrar que os dados são exclusivos da PM, portanto não computam as operações Lei Seca, tampouco prisões realizadas pela Polícia Judiciária Civil.
O que significa que a estatística geral do sistema de segurança pública pode apontar número superior.
O Código de Trânsito Brasileiro, em seu artigo 165, qualifica a conduta de dirigir embriagado como uma infração gravíssima.
A multa prevista é de R$ 293,47 (referente à infração gravíssima), mas, por causa do consumo, é multiplicado por 10, passando a custar R$ 2.934,70.
Além disso, o condutor tem a carteira de habilitação apreendida e, para ser liberado da delegacia, precisa pagar fiança.
As implicações são maiores se a embriaguez tiver como consequência acidente de trânsito com vítima.
O comandante do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, tenente-coronel Adão César Rodrigues, diz que o excesso de confiança está entre os fatores que levam motoristas a dirigir depois de beber, mesmo com todas essas implicações legais.
Também a ideia de que são bons motoristas, mesmo sob efeito do álcool, e que a capacidade de direção, reflexos e sentidos, não sofrem alteração e que nunca se envolverão em acidente ou serão flagrados pela polícia.
Ainda, assinala o comandante, a falta de educação e de preocupação com a própria segurança e a do próximo.