
Uma das maiores facções criminosas do país, o Comando Vermelho amplia seus esforços para aumentar sua área de atuação e angariar a simparia de setores carentes da sociedade.
Além do trafico de drogas, contrabando de armas, torturas, sequestro, execuções e lavagem de dinheiro, a organização criminosa passou a adotar estratégias dferentes, como a prática assistencial.
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Como o DIÁRIO mostrou, uma dessas práticas é a doação de alimentos, remédios e outros itens de necessidade básica, como uma estratégia para conquistar a confiança, aliciar e influenciar comunidades carentes em Mato Grosso..
A outra é a grilagem urbnana, esquema por meio do qual o Comando Vermelho oferece condições para invasões urbanas, com a promessa de moradia a grupos de pessoas carentes.
Na sexta-feira (18), o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, realizou oito prisões em flagrante, durante o cumprimento de ordens judiciais, no âmbito da Operação Incursio Contra Terram.
A operação foi deflagrada para desarticular o planejamento e a execução da invasão de uma área pública, em Cuiabá.
A área está localizada nas proximidades da fábrica de cerveja Ambev e do Haras Twin Brother, na região do bairro Santa Rosa..
O Gaeco identificou e qualificou alguns dos supostos líderes da organização.
As investigações revelaram que a área seria dividida em ruas e lotes, cada qual sob a responsabilidade de um integrante do grupo, incumbido de criar e administrar canais de comunicação específicos — principalmente por meio de aplicativos de mensagens — para organizar a ocupação e repassar informações sobre datas, locais e valores cobrados dos futuros ocupantes.
Além das prisões, foram autorizadas 11 ordens judiciais e registrados 60 Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs) — procedimento simplificado para infrações penais de menor potencial ofensivo.
As investigações começaram após denúncias anônimas encaminhadas à Ouvidoria do Ministério Público.
Constatou-se que o grupo agia com aval da facção Comando Vermelho e suposto auxílio de servidores públicos, coordenando uma ocupação ilegal organizada da área.
Diante das provas, o Ministério Público agiu com base em indícios dos crimes de: integrar organização criminosa (Lei nº 12.850/2013), esbulho possessório (art. 161, II, do Código Penal), corrupção passiva e ativa (art. 317 do Código Penal).
As investigações continuam em andamento, e novas medidas podem ser adotadas conforme o avanço das diligências, após autorização da juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo).
A operação contou com o apoio de 200 policiais militares.
O Gaeco é uma força-tarefa permanente constituída pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, Polícia Judiciária Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Sistema Socioeducativo.
REINCIDENTE - Um relatório elaborado pelas Forças de Segurança do Estado de Mato Grosso ,em 2023, aponta a facção Comando Vermelho como principal financiadora das construções na invasão de terra ocorrida no Residencial Brasil 21, localizado na região do Contorno Leste, em Cuiabá.
O local foi invadido por posseiros há cerca de dois anos, sob a alegação de que aqueles que se instalavam ali era "sem teto" e procuravam local para morar por falta de condições financeiras para adquirirem seu próprio imóvel.
As forças de segurança deram início a uma ação, coordenada pela Secretaria Segurança Pública do Estado de Mato Grosso (Sesp-MT), para o cumprimento de uma ordem judicial que determinou a reintegração de posse do local.
O estudo aponta que o Comando Vermelho era quem financiava os materiais de construção e fazia a distribuição de lotes, controlando o local.
Além disso, a facção determinava que os invasores permanecessem no local, estabelecendo moradia fixa.
Estava sob o controle da facção uma área com mais de 50 hectares.
O terreno estava dividido em aproximadamente 577 lotes, com vias de acesso por estrada de terra.
Aproximadamente 15 famílias tinham o local como residência fixa, mas a maior parte dos envolvidos não ficava no local o tempo todo, apontou o relatório.
O estudo de situação concluiu que os invasores não pretendiam deixar a área, uma vez que estavam construindo casas em alvenaria e se colocavam como proprietários dos lotes.
O terreno onde diversos barracos e casas com piscina estavam sendo construídas pertence à empresa Ávida Construtora, que iniciou a demolição das casas após a reintegração de posse.
Veja vídeo: