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Cuiabá MT, Terça-feira, 22 de Abril de 2025

POLÍCIA
Terça-feira, 22 de Abril de 2025, 15h:30

ESTRATÉGIA CLIENTELISTA

Comando Vermelho doa cestas e garante a invasão de áreas urbanas

Facção criminosa desafia autoridades e ajuda grileiros a invadir, inclusive, área pública em Cuiabá

Da Redação
Divulgação/Gaeco
Agentes do Gaeco prendem pessoas acusadas de grilagem de áreas urbanas em Cuiabá, sob as ordens do Comando Vermelho

Uma das maiores facções criminosas do país, o Comando Vermelho amplia seus esforços para aumentar sua área de atuação e angariar a simparia de setores carentes da sociedade.

Além do trafico de drogas, contrabando de armas, torturas, sequestro, execuções e lavagem de dinheiro, a organização criminosa passou a adotar estratégias dferentes, como a prática assistencial.

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Como o DIÁRIO mostrou, uma dessas práticas é a doação de alimentos, remédios e outros itens de necessidade básica, como uma estratégia para conquistar a confiança, aliciar e influenciar comunidades carentes em Mato Grosso.. 

A outra é a grilagem urbnana, esquema por meio do qual o Comando Vermelho oferece condições para invasões urbanas, com a promessa de moradia a grupos de pessoas carentes.

Na sexta-feira (18), o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, realizou oito prisões em flagrante, durante o cumprimento de ordens judiciais, no âmbito da Operação Incursio Contra Terram. 

A operação foi deflagrada para desarticular o planejamento e a execução da invasão de uma área pública, em Cuiabá.

A área está localizada nas proximidades da fábrica de cerveja Ambev e do Haras Twin Brother, na região do bairro Santa Rosa.. 

O Gaeco identificou e qualificou alguns dos supostos líderes da organização.

As investigações revelaram que a área seria dividida em ruas e lotes, cada qual sob a responsabilidade de um integrante do grupo, incumbido de criar e administrar canais de comunicação específicos — principalmente por meio de aplicativos de mensagens — para organizar a ocupação e repassar informações sobre datas, locais e valores cobrados dos futuros ocupantes.

Além das prisões, foram autorizadas 11 ordens judiciais e registrados 60 Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs) — procedimento simplificado para infrações penais de menor potencial ofensivo. 

As investigações começaram após denúncias anônimas encaminhadas à Ouvidoria do Ministério Público.

Constatou-se que o grupo agia com aval da facção Comando Vermelho e suposto auxílio de servidores públicos, coordenando uma ocupação ilegal organizada da área. 

Diante das provas, o Ministério Público agiu com base em indícios dos crimes de: integrar organização criminosa (Lei nº 12.850/2013), esbulho possessório (art. 161, II, do Código Penal), corrupção passiva e ativa (art. 317 do Código Penal). 

As investigações continuam em andamento, e novas medidas podem ser adotadas conforme o avanço das diligências, após autorização da juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo).

A operação contou com o apoio de 200 policiais militares.

O Gaeco é uma força-tarefa permanente constituída pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso, Polícia Judiciária Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Sistema Socioeducativo. 

REINCIDENTE - Um relatório elaborado pelas Forças de Segurança do Estado de Mato Grosso ,em 2023, aponta a facção Comando Vermelho como principal financiadora das construções na invasão de terra ocorrida no Residencial Brasil 21, localizado na região do Contorno Leste, em Cuiabá.

O local foi invadido por posseiros há cerca de dois anos, sob a alegação de que aqueles que se instalavam ali era "sem teto" e procuravam local para morar por falta de condições financeiras para adquirirem seu próprio imóvel.

As forças de segurança deram início a uma ação, coordenada pela Secretaria Segurança Pública do Estado de Mato Grosso (Sesp-MT), para o cumprimento de uma ordem judicial que determinou a reintegração de posse do local.

O estudo aponta que o Comando Vermelho era quem financiava os materiais de construção e fazia a distribuição de lotes, controlando o local.

Além disso, a facção determinava que os invasores permanecessem no local, estabelecendo moradia fixa. 

Estava sob o controle da facção uma área com mais de 50 hectares.

O terreno estava dividido em aproximadamente 577 lotes, com vias de acesso por estrada de terra.

Aproximadamente 15 famílias tinham o local como residência fixa, mas a maior parte dos envolvidos não ficava no local o tempo todo, apontou o relatório.

O estudo de situação concluiu que os invasores não pretendiam deixar a área, uma vez que estavam construindo casas em alvenaria e se colocavam como proprietários dos lotes.

O terreno onde diversos barracos e casas com piscina estavam sendo construídas pertence à empresa Ávida Construtora, que iniciou a demolição das casas após a reintegração de posse.

Veja vídeo:


Edição EDIÇÃO 16680




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Demorou. As facções se tornaram um desafio constante para a Polícia
Antes tarde. É uma ocasião para intensificar o combate ao tráfico de drogas
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